terça-feira, 24 de março de 2009

Cidade como espaço do cidadão



O exercício da cidadania deve ser diário, assimilar as transformações do meio ambiente é adquirir conhecimento. Não é somente na cidade que temos a prática cultural, temos ela em todos lugares, cada qual com suas peculiaridades.
Milhares de imigrantes foram se assentando nas cidades grandes e trouxeram com eles variedades culturais. Em São Paulo isso não se deu diferentemente. Gente de todos os lugares do Brasil e do mundo se assentaram por aqui e cada um deles transportaram suas heranças culturais. Este passado teve que ser deixado de lado para ir de encontro a uma nova realidade. No caso das classes menos privilegiadas, dos pobres, este passado foi inutilizado, no lugar dele, a vida cotidiana do trabalho na luta pela sobrevivência, a favor de um futuro próspero, veio se tornando mais importante do que suas recordações.
Aproximar esse novo usuário da vida citadina, cultivar nele a importância de sua presença nos espaços da cidade, pode iniciar o despertar da consciência pelo lugar, que segundo Milton Santos tem conotação positiva, pois a vivência nova produz uma nova história para o indivíduo. Porém, deve-se lembrar que o homem ao defrontar-se com um espaço que ele não ajudou a criar, cuja a história por ele é ignorada, há grandes possibilidades de vir a ser um território de profunda alienação.
A participação da sociedade na transformação do lugar estabelece relações de passado, presente e futuro. O papel da memória do lugar pelo cidadão, acrescenta-lhes na vida sentido de existência. Ao contrário de sentir-se perdido, há um fio de esperança em resgatar das experiências passadas, referência para o futuro, pois a cidade é o próprio presente. Ela é o momento, é a transformação.
O uso do espaço da cidade como prática cultural faz ascender seus valores e mesmo que a duração física do lugar seja vencida pelo tempo, fica na memória a presença social e as transformações morais que se estabeleceu em cada época.

“O entorno vivido é o lugar de uma troca, matriz de um processo intelectual” (Milton Santos)

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